18 de jun. de 2013

Adeus ao neolítico da internet. O mundo está acordando

Ontem eu participei de um ato cívico, talvez com o mesmo fervor que nossos pais e avos tenham tido a décadas atrás. Sentada na minha sala, entre meus textos sobre experiência de usuário, felinas enlouquecidas e desenhos do bob esponja de fundo eu pude ver toda a movimentação do Brasil em torno de um ideal e ajudar compartilhando as informações em minhas redes sociais.

Milhões de brasileiros nas ruas e outros tantos online gritando pelos seus direito. Duas massas gigantescas, uma real e outra virtual, com uma única voz. E tudo isto por causa de um facilitador indispensável: a internet.
Pude ver as mídias sociais passando de vitrines de pessoas felizes  para algo mais real e urgente, onde os posts que não faziam menção ao ato cívico ficavam perdidos, esquecidos num mar de informações sobre o que se passava no Brasil e no mundo.

 Há tempos atrás eu falava dessa apropriação das ferramentas sociais que a internet permite, e estes últimos tempos pudemos perceber o cunho social em sua mais plena forma de exercício, ligando pessoas que talvez nunca se vejam pessoalmente, a modelos e causas importantes e definitivas para uma melhora quer seja local ou mundial.

Que fique claro que meu foco aqui não é a politica nem o descontentamento das pessoas com seus países, mas sim a facilitação que a internet permitiu esse expressar e muito mais, foi além, permitiu articular e concretizar.

Eu lembro também que eu falava sobre a fase de “testes” que a internet estava passando, o surgimento das celebridades e sua rápida ascendência e queda e como todos nós a explorávamos para encontrar seu sentido na nossa sociedade criada pelas mídias sociais. Tudo sempre começou conversando com nossos conhecidos, depois as marcas buscaram se apropriar de espaços dentro deste contexto e conversar com seus clientes  (talvez um começo do amadurecimento) e agora vemos também atividades de cunho democrático acontecendo. Primeiro eu conversei com meu vizinho, depois com a marca do meu carro e agora eu converso com e sobre meu país.

Isto que está acontecendo deixa claro para mim a importância e o “assentamento” da função da internet como veiculo de comunicação muito rápido e eficiente. A televisão, que até então era nosso modelo de informação instantânea, não consegue ser tão imediata mesmo com boletins especiais parando sua programação rotineira e os repórteres desse novo modelo de comunicação são os mesmos embaixadores das marcas dentro de suas mídias sociais.

Fica muito claro que vivemos um momento impar e histórico não somente no quesito politico, até porque não é este o ponto do texto, mas no que diz respeito a comunicação social. Aquele período neolítico da internet onde as pessoas davam seus primeiros passos sociais com os outros povos porém ainda ficavam sem saber o que fazer,  está passando de fase. Estamos mais maduros no que diz respeito aos potenciais informativos e comunicativos que a rede pode oferecer e isto nos modifica.

E isto é grande e valioso e nós, que estudamos e aplicamos soluções para a internet estamos construindo uma historia muito significativa. Romantismos e idealismos a parte, este momento é aquele em que encontramos nosso lugar neste espaço cibernético e por isto, empresas, criativos, desenvolvedores, temos que ficar bem cientes de que o internauta tem voz, anda em grupos e é ouvido.

E isto não é tarefa de uma determinada expertise pois é uma mudança de pensamento e atinge a todos. O desenvolvedor, o designer, o dono da empresa e o atendimento tem que saber que as coisas estão mudando no digital e não podemos perder tempo em “modinhas” pois o seu internauta não está ligando para ela. Ele quer mais e além.

Se isto ainda não estava claro para algumas marcas que os últimos acontecimentos deste mês sirvam de alerta. O mundo acordou. Não foi só o Brasil.

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