18 de nov. de 2015

Momento da verdade online. O que é?

Há um bom tempo eu e um colega fizemos uma palestra sobre este tema que acho ainda muito atual, por isso resolvi dividir com vocês.

Abaixo alguns depoimentos e frases provocativas que nos fazem pensar e entender um pouco mais a grande experiência online que está acontecendo no ZMOT.

Trata-se de um resumo sobre o livro ZMOT – Conquistando o momento zero da verdade, escrito por Jim Lecinski. É um livro do Google, onde o autor fala sobre o momento no qual você pega seu computador, celular ou algum outro dispositivo conectado à Internet e começa a se informar sobre um produto ou serviço que está pensando em experimentar ou comprar.

Esta pratica tem se tornado constante e fundamental para a tomada de decisão na hora da compra pela internet.

Nos Estados Unidos, 84% dos tomadores de decisão no estudo macro de 2011 da Shopper Sciences usaram recursos on-line para se orientar. Foi solicitado a esses compradores que classificassem o grau de influência que tinha cada fonte. Para aqueles que usaram fontes on-line, essa foi a principal estatística: 54% compraram usando a comparação de produtos on-line.

Isto significa que seu produto ou serviço tem que estar presente na internet com informações precisas, verdadeiras, dicas e comparativos que envolvam as pessoas a ponto de tomarem a decisão de compra favorável a você.

Como começou essa história toda de Mot’s?
Jan Carlzon lançou um livro que é um dos clássicos da administração, “A hora da Verdade”
Ele narra a história de quando era o presidente da companhia aérea escandinava SAS e, para sair da maior crise da história da companhia, criou um novo modelo de gestão sendo o cliente o ativo de mais alto valor da companhia, Jan chama de “hora da verdade” aquela em que o cliente entra em contato com o serviço da empresa.


É ali que ele cria sua percepção da empresa, na hora da sua experiência com a marca. Não interessa a propagando que ele viu ou o que falaram sobre a empresa, é na hora da experiência dele que sairá uma opinião.

Modelo mental tradicional trazido no livro de Jan Carlzon
Estímulo.
O pai está assistindo a um jogo de futebol e vê um anúncio de câmeras digitais. Ele pensa, “parece boa”.

Prateleira (Fmot – Primeiro Momento da Verdade).
Ele vai até sua loja de produtos eletrônicos favorita, onde ele vê um maravilhoso display da mesma câmera digital.
A embalagem é excelente. Um vendedor jovem responde todas as suas perguntas. Ele compra a câmera.

Experiência (Smot – Segundo Momento da Verdade).
O pai chega em casa e a câmera grava lindas fotos de seus filhos, exatamente como anunciado. Um final feliz.
O novo modelo mental
Quando os consumidores ficam sabendo de um produto hoje, sua primeira reação é ‘Vou pesquisar na Internet’.
E assim eles embarcam em uma jornada de descobertas: sobre um produto, um serviço, um problema, uma oportunidade.
Hoje você não está atrás de seus concorrentes. Você não está atrás da tecnologia. Você está atrás do seu consumidor - Rishad Tobaccowala - Executivo principal de estratégia e inovação, VivaKi 
... A pré-compra se tornou uma parte enorme do comportamento do consumidor. No passado, isso era algo confinado a itens de grande porte como carros ou aparelhos eletrônicos caros ou casas.
Agora as pessoas se envolvem na descoberta antes de comprar até mesmo coisas muito banais...
... É a maneira com que as pessoas compram hoje - Bob Thacker - Conselheiro estratégico de gravitytank e ex-CMO do OfficeMac
...Estamos entrando em uma era de reciprocidade. Nós agora temos que envolver as pessoas de um modo que seja útil para suas vidas. O consumidor está tentando atender suas necessidades e nós temos que estar presentes para ajudá-lo com isso. Falando de outro jeito: como podemos trocar valor em vez de apenas enviar uma mensagem? - Kim Kadlec - vice-presidente mundial Global Marketing Group, Johnson & Johnson
Como acontece um ZMOT -  Momento Zero da Verdade?
  • Ele acontece on-line, normalmente começando com uma pesquisa no Google, Bing, Yahoo, YouTube ou qualquer outra ferramenta ou mecanismo de pesquisa;
  • Acontece em tempo real, em qualquer momento do dia. Cada vez mais, acontece em movimento: as pesquisas em dispositivos móveis no Google crescem cada vez mais.;
  • O consumidor está no comando, extraindo as informações que deseja em vez de recebê-las passivamente de outras pessoas;
  • É emocional. O consumidor tem uma necessidade que deseja satisfazer e um investimento emocional para encontrar a melhor solução;
  • A conversa é multidirecional: profissionais de marketing, amigos, desconhecidos, sites e especialistas, todos têm algo a dizer e competem para captura sua atenção.

MOTs na prática
ESTÍMULO
Entrei de férias e quero fazer uma viagem com a família para um ponto turístico muito comentado.

ZMOT
Entro na internet para pesquisar hotéis. Enquanto estou lá, leio análises de outras pessoas que ficaram no mesmo hotel (o SMOT deles, o meu ZMOT) e olho mapas de localizações de hotéis.

FMOT
Finalmente reduzo as opções para duas escolhas e acesso os sites para ver fotos e os preços antes de fazer uma reserva on-line.

SMOT
Minha família e eu vamos viajar, nos divertimos muito e, no último dia, nós chegaremos no aeroporto um pouco antes da hora e teremos um tempo de espera. Enquanto aguardo o embarque e ainda motivado pelo maravilhoso tempo passado no passeio, pego meu telefone celular e posto minha própria análise do hotel em um site de viagens.

Antes mesmo de pegar o avião para casa, meu SMOT está se tornando o ZMOT de outra pessoa. Um MOT leva a outro.

Qual o grau de importância do ZMOT na tomada de decisões?
O Google pediu à Shopper Sciences para fazer um estudo completo de 5.000 compradores em 12 categorias, desde gêneros alimentícios até carros e produtos financeiros. Veja abaixo o gráfico contendo as fontes de informação que buscaram para ajudá-los na tomada de decisão?
Busca também:
  • Obter indicação on-line de um amigo;
  • Tornar-se um amigo ou seguidor de uma marca;
  • Ler blogs em que o produto foi discutido;
  • Ver a marca mencionada em um site de rede social como o Facebook.
Esta é a primeira vez na história em que o boca a boca se tornou um meio arquivado digitalmente - Brett Hurt - Fundador e CEO, Bazaarvoice
O que é o boca a boca digital?
  • Os consumidores conversando diretamente através de e-mails, redes sociais, bate-papos e mensageiros instantâneos ou postando vídeos no YouTube e outros sites;
  • Análises em sites de comparação de preços;
  • Comentários e classificações que aparecem próximos de empresas em aplicativos como o Google Maps;
  • Quadros de avisos em sites corporativos e de varejo de todos os tipos;
  • Sites de comunidades on-line onde os públicos comparam notas e compartilham informações;
  • Classificações de vendedores em resultados de pesquisas (pesquise “bicicletas para crianças” no Google e você verá as estrelas logo no topo).
Conversar com um vizinho é uma divulgação um para um. O boca a boca digital é um para milhões.
Se você tem uma boa experiência, ela é compartilhada e recompartilhada com milhões. Você posta e de repente, ela está se espalhando - Dave Reibstein

A conversa já está acontecendo. Agora, neste exato momento, as pessoas estão falando sobre produtos on-line. As empresas podem escolher não se envolver, mas isso é o mesmo que enfiar a cabeça na areia enquanto um concorrente agarra seus clientes.
O boca a boca on-line se tornou parte do sistema nervoso central de todas as empresas.
Pensamento simultâneo, não uma reflexão tardia
O que enfrentamos agora é um ritmo de mudanças sem precedentes. Grandes inovações que costumavam mudar nosso estilo de vida, talvez uma ou duas vezes em uma geração, agora acontecem quase que anualmente...
...Temos que pensar sobre como as vidas dos usuários finais estão mudando, quer esse usuário final seja um consumidor, um paciente, um médico ou qualquer outra pessoa. E para nos mantermos interessantes, precisamos ser parte de seu novo ecossistema -
Kim Kadlec - Vice-presidente mundial, Grupo de Marketing Global, Johnson & Johnson
Mitos

Ninguém procura fita adesiva na Internet.
...eu uso essa fita sempre porque ela fixa as coisas que eu quero juntar sem que seja vista. Uso esse produto há anos e continuarei usando por muitos anos - 1 dos quase 3.000 comentários online sobre a fita adesiva Scotch da 3M
Não se aplica ao meu setor.
... Um dia fizemos pesquisas no YouTube sobre locomotivas e softwares que automatiza linha de produção, e sabe de uma coisa? Apareceram centenas de vídeos, incluindo de concorrentes, em itens como pensamento inteligente para automação da linha de produção. Foi uma grande revelação.
...Nós vimos dados o suficiente para saber que os executivos de alto nível fazem suas próprias buscas antes de reunir-se com fornecedores em potencial - Beth Comstock, vice-presidente sênior, diretora de marketing da General Electric.

Pensamento Simultâneo: Os compradores de hoje usam as fontes do ZMOT juntamente com os estímulos clássicos e as fontes FMOT.

Nenhum dos três desaparecerá. Quanto mais informações disponíveis houver, mais os compradores procurarão. É um ciclo sem fim.

Cuidando do ZMOT na sua empresa
  • Defina alguém como responsável
  • Encontre seus momentos zero
  • Responda às perguntas que as pessoas estão fazendo
  • Otimize-se para o ZMOT
  • Seja rápido
  • Não se esqueça dos vídeos
  • Apareça!
Estamos presenciando uma fusão de todos os momentos da verdade.
Você analisará um produto na prateleira, usará seu celular para encontrar informações e ler análises e, então, talvez, você decida que o produto é realmente legal.
Então você recomenda (‘curte’) para seus amigos, tudo em questão de minutos.
A jornada de um consumidor, que costumava durar dias, semanas ou meses, acabou de acontecer em questão de segundos - Matt Moog - Fundador e CEO, ViewPoints Network 
Se identificou? Achou espaço no seu cliente para promover o ZMOT? Clica aqui e baixa o livro. É grátis.


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10 de nov. de 2015

E-commerces gringos com checkouts inspiradores



Hoje em dia tem e-commerce de tudo e a medida que a oferta venda de produtos aumenta no meio digital, aumenta também a quantidade de pessoas que compram online.

E o que a gente encontra por ai? E-commerces atraentes que fazem brilhar os olhinhos do cliente mas que as vezes esquecem que depois de escolher o produto, ele vai ter que entrar num túnel - para muitos deles negro, tenebroso e duvidoso – do fechamento do carrinho, finalização da compra, o checkout.

Uma coisa é certa: Ninguém em sã consciência vai largar os dados do cartão de crédito num site qualquer. Observamos o grau de confiança que ele demonstra durante toda a navegação, mas é na hora de fechar a compra que dá o veredito.

Pensando nisso e por ser uma compradora online inveterada e diversificada (sério! Vou de figuras de ação a energia solar), resolvi trazer umas informações bem legais de um artigo que li. Ele apresenta uma lista de e-commerces gringos com checkouts simpáticos e inspiradore.

Para alguns pode ser mais do mesmo, para outros pequenas simplicidades que são esquecidas na hora do corre corre do projeto de e-commerce e para quem estiver começando no mundo das vendas online e precisa de dicas,  dará uma ideia clara de como criar uma página de checkout que aumente as conversões e transforme visitantes em clientes.

Vamos lá!

Apple
http://www.apple.com/




Ofere uma opção bem simpática chamada Guest Checkout que dá o conforto para o cliente de não precisar preencher todos os seus detalhes antes de fechar a compra. Alguns e-commerces brasucas tem a compra em 1 click. É disso que estamos falando!
O lado B desta feature é que os dados do usuário não ficam registrados.

Bellroy
http://bellroy.com/



Express checkout. Em 1 página você finaliza a compra e consegue ver todas as informações que está inserindo num único local. Simples e eficiente para os públicos que não tem tempo e nem muita paciência na hora de concluir uma compra online.

Nixon 
http://www.nixon.com/us/en/



Esse exemplo é para os mais clássicos que ainda apostam nas etapas para concluir a compra. Ele utiliza uma barra de progresso que mostra para o cliente o tempo todo onde ele está e quanto falta para concluir.
Outra coisa bacana é que inclui links para política de transporte marítimo, política de devolução, detalhes sobre a garantia do produto e aviso de privacidade para trazer mais confiança aos clientes.

Amazon
http://www.amazon.com/



Isso é legal! Sign in enxuto. Você insere o e-mail ( que vai ter que inserir de qualquer jeito mesmo, sendo novo ou não por alí) e depois avisa se é cliente ou é novo cliente.

Made
http://www.made.com/



Tem um timer! Os designers deste site adicionaram um cronômetro de contagem regressiva na página para criar um senso de urgência nos compradores.

Além do timer, a página também mostra o quanto os consumidores estão economizando em suas encomendas, tornando-os mais confiantes sobre sua decisão de compra. Uma seduçãozinha para finalizarem a compra.

Zappos 
http://www.zappos.com/



Para gerar maior sensação de conforto e confiança na hora de fechar a compra, eles posicionaram selos de segurança, cadeado (simbolizando a compra segura) e logotipos de cartões de créditos tradicionais no mercado.
Além disso, para fechar a confiança com chave de outo, ele permite editar as compras durante o processo de fechamento e até mesmo remover itens.

Dune Londreshttp://www.dunelondon.com/



Resumo da compra no inicio do processo de compra. E ele ainda garante que os clientes saibam exatamente o quanto estão pagando à medida que passam pelo processo de checkout.
Esse recurso garante que os clientes não estão sendo pagando taxas escondidas. É uma experiência de compras clara e simples.

Simplyhike
http://www.simplyhike.co.uk/



Isto parece óbvio mas ainda não é! Sites com várias opções de entrega com valores, prazos claros é importantíssimo.

E várias opções de pagamento, incluindo paypal, pagsguro e boletos é algo a se considerar seriamente na hora de montar uma loja online.

Esse recurso ajuda a um e-commerce loja diminuição carrinho de compras abandono e aumentar as conversões.

Se você gostou e quer ler o artigo original com mais informações clica aqui



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26 de ago. de 2015

Afinal, para onde mais podemos ir? Para as fábricas?

Hoje eu quero falar de um assunto diferente: Arquitetura de Informação em fábricas de softwares. 

A gente sabe que a área de AI está bem difundida no meio digital, dentro de agencias e empresas que tem negócios digitais, mas ainda engatinha quando se fala de arquiteto de informação trabalhando com os analistas, arquitetos e desenvolvedores de sistemas.

Mas Iris, sua louca! O que é uma fábrica de software? Tem linha de montagem e tudo?



Então, angustiado e curioso leitor, para você que não está acostumado com o termo, fique sabendo que ele não é tão comum assim fora do meio. É apenas o termo que se utiliza para descrever o trabalho mais processual que existe dentro de uma empresa, para criar, gerir e desenvolver um projeto de sistemas.

Dá uma olhada na definição da Wikipédia:
“Fábrica de software é um conjunto de recursos (humanos e materiais), processos e metodologias estruturados de forma semelhante àqueles das indústrias tradicionais, utilizando as melhores práticas criadas para o processo de desenvolvimento, testes e manutenções dos softwares.”
Talvez muitas pessoas entendam que o segmento não precisa de AI por só entregar telas com formulários. Outros,mais ousados e criativos, pensam que terão suas “asas” cortadas quando sugerirem algo fora da caixa.

Realmente, talvez o meio não seja terreno muito fértil para criatividades e inovações muito diferentes, mas precisa sim da orientação da arquitetura de informação e de uma usabilidade adequada, a medida que o usuário de sistemas precisa interagir (muitas vezes diariamente) com um sistema.

São muitas as possibilidades de agregar um valor e criar uma experiência bacana para o usuário, ainda que o cliente interno seja diferente e as demandas mais dependentes de linguagens, frameworks e implantação.

Seja qual for o motivo que tenha deixado este segmento órfão de AI’s uma coisa é certa: estamos chegando lá também.

Rumo ao desconhecido
Se você procura o ambiente descolado, ideias mirabolantes e grupos que pensam em projetos com o layout sendo a parte fundamental, esqueça. Esta aventura não é para você.

O cenário de uma fábrica de software tem uma visão muito mais voltada para o desenvolvimento do sistema do que pela forma. Como ele vai funcionar, quais regras e premissas cada tela deve obedecer para se chegar ao resultado esperado e por aí vai.

Atualmente, muitas fabricas entregam sistemas com interfaces criadas pelos próprios desenvolvedores do sistema que muitas vezes entendem muito da linguagem de formatação e construção do sistema mas pouco do usuário.

É aqui que aparece o instigante desafio: criar interfaces amigáveis de sistemas e inserir a cultura da usabilidade e arquitetura da informação, bem como a própria experiência do usuário, dentro deste contexto.

Os desafios

Assim como convencemos as empresas digitais de que estávamos somando na equipe e não atrapalhando, existe o desafio de mostrar a importância para a equipe de desenvolvimento de que o arquiteto de informação, embora tenha linguagem, métodos e cognições não tão lógicas e concatenadas, ainda assim é importante pois conhece o humano (aquele carinha que vai estar acessando o sistema) e portanto, pode traduzir em forma de caminhos e clicks, uma navegação mais confortável.

Quem é o AI dentro da fábrica?

O mais interessante é constatar que, muitas vezes, o arquiteto de informação é confundido com analista de requisitos ou analista de negócios pela proximidade de alguns entregáveis gerados. 

Iris! Pelamor! Que povo é esse? Calma confuso leitor, vamos conhecer esses carinhas:



Novamente, as definições:
Analista de Requisitos - É um dos principais responsáveis entre a integração e alinhamento dos clientes e a equipe de desenvolvimento de software. Identifica as necessidades do negócio, define os requisitos, escreve especificações, desenha através de protótipos os requisitos permitindo ao gerente de projetos estimar, aos desenvolvedores projetar e construir, e aos testadores testar o produto.
Analista de Negócios - Tem o papel de elo de ligação entre os stakeholders e os objetivos organizacionais (análise e design de políticas, operações e processos) para facilitar as equipes envolvidas na criação e desenvolvimento aderente do sistema. Ele investiga os processos sistemas de negócios a fim de propor melhorias e soluções.
Se encontrou nas definições? Viu como é fácil sermos confundidos ;)

Porque eu, AI, deveria estar dentro de uma fábrica?

Vamos partir pelo princípio básico de utilização de tudo que é produto nessa vida: adaptação e facilidade de uso (a usabilidade).

Vamos pensar no usuário que vai utilizar um determinado sistema (produto digital): ele certamente já tem uma mínima vivencia em internet, pois utiliza outros sites, portais e mídias sociais. Está acostumado a entrar em sites com navegação intuitiva e simples como Facebook, site streaming de vídeos,  venda de carros, comparação de preços, e-commerces inteligentes que saltam as coisas que lhe interessa na hora que entra na página e por ai vai.

Disto tudo podemos perceber que o usuário hoje é acostumado com meios digitais, interagem de forma satisfatória e os próprios produtos digitais são elaborados pensando nessa experiência de sucesso durante o processo de busca e encontro daquilo que deseja.

Por conta disto, este mesmo usuário ao acessar um sistema, intuitivamente busca a facilidade de navegação de seu histórico cultural de internet, certo?

E quando este mesmo usuário vai para o trabalho e tem que interagir com um sistema desenhado sem arquitetura de informação consciente e sem usabilidade, fica confuso e decepcionado com a dificuldade de transitar entre as telas que encontrar por lá.



COMUNICADO IMPORTANTE!
Não estou querendo dizer com isto que é possível desenhar telas de sistemas com a mesma dinâmica de um site ou portal mas que podemos trazer elementos do cotidiano digital comum para dentro deles, de forma que torne a navegação mais próxima e acolhedora.

Por fim, algumas coisas que você deve saber antes de entrar na fábrica

- Mais do que nunca você vai precisar utilizar suas habilidades de comunicação e empatia pois trata-se de uma equipe cujo core é lógico, portanto todas as conversas, explicações e intenções terão este viés de lógica que o AI terá que trazer para o aspecto da comunicação do cliente/usuário final com o sistema a ser desenvolvido.

- Não acredite no mito de que fábrica de softwares é composta de nerds que usam óculos, não sabem falar com mulheres e não pensam em outra coisa além de computadores. O desenvolvedor de sistemas atual é dinâmico, tem seus hobbies que vão desde RPG à dança de salão e composição de samba enredo.

- Lembrando: existe um certo conservadorismo no que diz respeito às práticas de fábrica, logo, muitos colegas não conseguirão entender sua função e tentarão achar associações que te expliquem, tais como: analista de requisitos, analista de negócios e eventualmente, analista de sistemas.

- Alguns colegas mais juniores poderão achar que você vai interferir negativamente, pois não está inserido no escopo que eles estudaram. Neste caso, o tempo e sua capacidade de trabalho em grupo vão desmistificar este conceito.

- Não custa comentar mais uma vez: se você curte um clima de hipster descolados, que viajam todo ano para destinos alternativos e usam roupas estilosas, esta não é a sua praia. Na fábrica as pessoas são bem mais básicas.

Por fim, se você quer fazer a diferença em um meio que precisa de conceitos de comunicação mais voltados às pessoas este é o guichê! E aí? Quem topa embarcar nessa aventura?





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10 de mar. de 2015

Dados, conteúdo e informação

“A informação não é uma moda passageira. Ele nem sequer foi inventada na era da informação. Como conceito, a informação é velha como a linguagem.”

As vezes, durante o trabalho, fico me questionando sobre as equipes UX que convivo e sobre a compreensão de todos sobre o que é a informação e o significado de sua arquitetura dentro de um projeto.

Tem um livro bastante interessante de Abby Covert, chamado “How to Make Sense of Any Mess” que coloca de forma simples e simpática, este ponto tão importante e crucial que é a arquitetura da informação nos projetos, que muitas vezes tem ficado esquecido em meio a tantos novos expertises e demandas do mercado. 

Abaixo vou trazer alguns pontos legais que gostaria de dividir com vocês;

 Primeira coisa que precisamos resgatar é o entendimento de que informação não é uma coisa.

Ela não é objetiva e sim subjetiva e representa tudo o que o usuário irá interpretar a partir do arranjo ou sequencia de “coisas” que encontra.

Exemplificando, imagine que está procurando por uma fatia de bolo de chocolate em uma confeitaria.

Quando você entra na loja, pode constatar que existem várais fatias de um apetitoso bolo de laranja, lindamente arranjadas no expositor. E ao lado delas, existe um prato com uma única fatia de bolo de chocolate.




Quando olha para a fatia solitária pensa logo que deviam existir mais fatias neste prato e que possívelmente compraram todas, restando apenas a que está sendo apresentada no balcão.

A maioria das pessoas iria pensar neste sentido pois foi criada uma crença social, baseada em evidencias que se repetiram ao longo dos dias do consumidor, que em um expositor, havendo um único produto, possívelmente os demais do mesmo tipo já foram comercializados. Certo?

Agora imaginemos esta mesma única fatia de bolo estratégicamente colocada no meio do prato e cercada de pequenos fios de chocolate. Alguns desavisados poderiam pensar que trata-se de uma fatia “especial”, uma receita única que foi desenvolvida e está ao alcançe daquele que a comprar.



O que aconteceu neste exemplo é que, quando reorganizamos o prato de bolo, com a inteção de mudar a forma como as pessoas interpretam a mensagem que ele está passando estamos arquitetando informações.

Percebam que, embora no exemplo dado acima, pudemos organizar as fatias com a intenção de mudar o significado da comunicação, não estamos realmente fazendo a informação seguir o curso planejado pois isto é uma tarefa que só os usuários podem fazer.

São eles que apropriam o significado informativo apresentado. Isso nos remete a um outro ponto bastante importante que tem ficado esquecido também: Informações não são dados ou conteúdos. Os dado são fatos, observações e perguntas sobre algo.

É o penso que o usuário está colocando para entender a informação que está sendo apresentada. No exemplo do bolo é a reflexão que ele irá fazer para entender se a fatia é a ultima disponível para venda, se é um produto especial, etc.

Já o conteudo pode ser a própria fatia, os fios de chocolate, palavras, documentos, imagens, videos ou seja lá o que estiver organizando. A informação é a resposta que cada pessoa deu para este conjunto de dados e conteúdos.

E tem uma outra questão importante que também está atrelada a informação: A ausência de conteúdo ou dados pode ser tão informativa quanto a presença dos mesmos.

Ainda no exemplo da fatia de bolo de chocolate, caso estivesse no expositor apenas o espaço vazio, com a etiqueta informando o preço, ainda assim, estão sendo fornecidas informações arquitetadas para que o usuário conclua da forma que melhor contextualizar a “não informação”.

Ainda neste exemplo, o usuário pode pensar que o produto é muito popular, logo está esgotado ou simplesmente que não existem bolos de chocolates para serem vendidos nesta confeitaria.

 Neste caso o espaço vazio entre os demais bolos expostos é o conteúdo e a impressão e observações que as pessoas fazem acerca desta ausencia são os dados e a conclusão é a informação decodificada.

Neste exercicio de pensar juntando dados e conteúdos, surge mais uma vez a informação e nos exemplos acima, pudemos perceber que pode ser projetada para atender diferentes necessidades.

Mais um exemplo bacana: Se você rasgar o conteúdo de seu livro favorito e jogar as palavras no chão, a pilha resultante não é o seu livro favorito. Se você definir cada palavra de seu livro favorito e organizar as definições em ordem alfabética, você teria um dicionário, não o seu livro favorito.

Se você organizar cada palavra de seu livro favorito, reunindo as palavras definidas de forma semelhante, você tem um dicionário de sinônimos, e não o seu livro favorito.

Nem a sopa de letrinhas no chão, nem o dicionário nem o dicionário de sinônimos é nada parecido com o seu livro favorito, porque foi a arquitetura das palavras criadas quando o autor escreveu o livro que determinou como você iria interpretar e utilizar a informação resultante.

 E vamos falar de usuários: aqueles cabras que se relacionam com as informações. Quando usamos a palavra usuários, estamos nos referindo a alguém que está consumindo algo, no caso em questão: a informação.

O que podemos resumir desta conversa toda a partir deste ponto é que: a Informação é trasmutada pelo usuário de acordo com o que ele interpreta e entende dos dados e conteúdos fornecidos a ele. Certo?

Outra coisa importante que nunca podemos esquecer: O usuário é, na grande maioria das vezes, uma pessoa.

E quando se trata de pesoas interpretando coisas, percebemos como são complexas e cheias de contradições estas criaturas podem ser, pois são únicas e baseiam suas crenças, julgamentos e entendimentos nas memórias e aprendizados culturais, sociais e tudo aquilo que contribuiu para sua construção enquanto pessoa.

Por conta disto tudo, temos uma maneira particular e única de interpretar e se relacionar com o mundo ao redor e com as informações que dele provém.

E para a arquitetura de informação, cujo sentido acontece através da interpretação que as pessoas dão a um conjunto de dados e contextos, isto se torna desafiador.

 E digo mais, só a arquitetura de informação vai além da manipulação dos conteúdos e ultrapassa corajosamente as bordas da realidade atual, perguntando, pesquisando e inspirando mudanças na forma como as pessoas abordam e interagem com a informação web.

Em tempos de excesso de contextos, conteúdos e dados, se torna fundamental que a informação seja organizada de forma que as pessoas entendam do modo mais objetivo e simples possivel.

Para que isso aconteça, seja qualquer coisa que você for dentro de um projeto digital, antes de tudo, seja AI.

 Leia um artigo com esta informação e muito mais aqui 
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