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10 de mar. de 2015

Dados, conteúdo e informação

“A informação não é uma moda passageira. Ele nem sequer foi inventada na era da informação. Como conceito, a informação é velha como a linguagem.”

As vezes, durante o trabalho, fico me questionando sobre as equipes UX que convivo e sobre a compreensão de todos sobre o que é a informação e o significado de sua arquitetura dentro de um projeto.

Tem um livro bastante interessante de Abby Covert, chamado “How to Make Sense of Any Mess” que coloca de forma simples e simpática, este ponto tão importante e crucial que é a arquitetura da informação nos projetos, que muitas vezes tem ficado esquecido em meio a tantos novos expertises e demandas do mercado. 

Abaixo vou trazer alguns pontos legais que gostaria de dividir com vocês;

 Primeira coisa que precisamos resgatar é o entendimento de que informação não é uma coisa.

Ela não é objetiva e sim subjetiva e representa tudo o que o usuário irá interpretar a partir do arranjo ou sequencia de “coisas” que encontra.

Exemplificando, imagine que está procurando por uma fatia de bolo de chocolate em uma confeitaria.

Quando você entra na loja, pode constatar que existem várais fatias de um apetitoso bolo de laranja, lindamente arranjadas no expositor. E ao lado delas, existe um prato com uma única fatia de bolo de chocolate.




Quando olha para a fatia solitária pensa logo que deviam existir mais fatias neste prato e que possívelmente compraram todas, restando apenas a que está sendo apresentada no balcão.

A maioria das pessoas iria pensar neste sentido pois foi criada uma crença social, baseada em evidencias que se repetiram ao longo dos dias do consumidor, que em um expositor, havendo um único produto, possívelmente os demais do mesmo tipo já foram comercializados. Certo?

Agora imaginemos esta mesma única fatia de bolo estratégicamente colocada no meio do prato e cercada de pequenos fios de chocolate. Alguns desavisados poderiam pensar que trata-se de uma fatia “especial”, uma receita única que foi desenvolvida e está ao alcançe daquele que a comprar.



O que aconteceu neste exemplo é que, quando reorganizamos o prato de bolo, com a inteção de mudar a forma como as pessoas interpretam a mensagem que ele está passando estamos arquitetando informações.

Percebam que, embora no exemplo dado acima, pudemos organizar as fatias com a intenção de mudar o significado da comunicação, não estamos realmente fazendo a informação seguir o curso planejado pois isto é uma tarefa que só os usuários podem fazer.

São eles que apropriam o significado informativo apresentado. Isso nos remete a um outro ponto bastante importante que tem ficado esquecido também: Informações não são dados ou conteúdos. Os dado são fatos, observações e perguntas sobre algo.

É o penso que o usuário está colocando para entender a informação que está sendo apresentada. No exemplo do bolo é a reflexão que ele irá fazer para entender se a fatia é a ultima disponível para venda, se é um produto especial, etc.

Já o conteudo pode ser a própria fatia, os fios de chocolate, palavras, documentos, imagens, videos ou seja lá o que estiver organizando. A informação é a resposta que cada pessoa deu para este conjunto de dados e conteúdos.

E tem uma outra questão importante que também está atrelada a informação: A ausência de conteúdo ou dados pode ser tão informativa quanto a presença dos mesmos.

Ainda no exemplo da fatia de bolo de chocolate, caso estivesse no expositor apenas o espaço vazio, com a etiqueta informando o preço, ainda assim, estão sendo fornecidas informações arquitetadas para que o usuário conclua da forma que melhor contextualizar a “não informação”.

Ainda neste exemplo, o usuário pode pensar que o produto é muito popular, logo está esgotado ou simplesmente que não existem bolos de chocolates para serem vendidos nesta confeitaria.

 Neste caso o espaço vazio entre os demais bolos expostos é o conteúdo e a impressão e observações que as pessoas fazem acerca desta ausencia são os dados e a conclusão é a informação decodificada.

Neste exercicio de pensar juntando dados e conteúdos, surge mais uma vez a informação e nos exemplos acima, pudemos perceber que pode ser projetada para atender diferentes necessidades.

Mais um exemplo bacana: Se você rasgar o conteúdo de seu livro favorito e jogar as palavras no chão, a pilha resultante não é o seu livro favorito. Se você definir cada palavra de seu livro favorito e organizar as definições em ordem alfabética, você teria um dicionário, não o seu livro favorito.

Se você organizar cada palavra de seu livro favorito, reunindo as palavras definidas de forma semelhante, você tem um dicionário de sinônimos, e não o seu livro favorito.

Nem a sopa de letrinhas no chão, nem o dicionário nem o dicionário de sinônimos é nada parecido com o seu livro favorito, porque foi a arquitetura das palavras criadas quando o autor escreveu o livro que determinou como você iria interpretar e utilizar a informação resultante.

 E vamos falar de usuários: aqueles cabras que se relacionam com as informações. Quando usamos a palavra usuários, estamos nos referindo a alguém que está consumindo algo, no caso em questão: a informação.

O que podemos resumir desta conversa toda a partir deste ponto é que: a Informação é trasmutada pelo usuário de acordo com o que ele interpreta e entende dos dados e conteúdos fornecidos a ele. Certo?

Outra coisa importante que nunca podemos esquecer: O usuário é, na grande maioria das vezes, uma pessoa.

E quando se trata de pesoas interpretando coisas, percebemos como são complexas e cheias de contradições estas criaturas podem ser, pois são únicas e baseiam suas crenças, julgamentos e entendimentos nas memórias e aprendizados culturais, sociais e tudo aquilo que contribuiu para sua construção enquanto pessoa.

Por conta disto tudo, temos uma maneira particular e única de interpretar e se relacionar com o mundo ao redor e com as informações que dele provém.

E para a arquitetura de informação, cujo sentido acontece através da interpretação que as pessoas dão a um conjunto de dados e contextos, isto se torna desafiador.

 E digo mais, só a arquitetura de informação vai além da manipulação dos conteúdos e ultrapassa corajosamente as bordas da realidade atual, perguntando, pesquisando e inspirando mudanças na forma como as pessoas abordam e interagem com a informação web.

Em tempos de excesso de contextos, conteúdos e dados, se torna fundamental que a informação seja organizada de forma que as pessoas entendam do modo mais objetivo e simples possivel.

Para que isso aconteça, seja qualquer coisa que você for dentro de um projeto digital, antes de tudo, seja AI.

 Leia um artigo com esta informação e muito mais aqui 
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27 de jul. de 2010

Entrevista da Unoeste - USABILIDADE

Entrevista da Unoeste - USABILIDADE

1- Como estão os estudos de usabilidade atualmente?
Desde muito tempo os estudos de usabilidade estão sendo aplicados em diversas áreas de nosso dia a dia porém houve um crescimento significativo da busca pela usabilidade dentro do ambiente virtual devido ao grande crescimento de sites mais complexos e informativos. Deste crescimento ficou evidente a necessidade de organizar melhor todo o material exposto para facilitar e deixar mais objetiva  a experiencia do internauta.

2- O meio acadêmico tem mais influência ou quem dita mais as regras nessa área é o mercado e seu empirismo?
O meio acadêmico tem muita influência e atualmente é quem dita as regras mas a experiencia de usabilidade em internet tem se aliado a algumas outras áreas tanto empíricas  e demanda de mercado. Mas há conflitos claros entre estas correntes.

3- Como você vê os avanços na área?
No que diz respeito a usabilidade sendo aplicada em ambientes digitais vejo uma aceitação plena e como resultado, o crescimento da mesma.

4- Quais são as tendências no que tange a usabilidade hoje em dia? E o futuro, tem como prever um pouco?
Acho que a tendencia de usabilidade aplicada a ambientes web é crescer e ganhar reconhecimento de sua necessidade para uma experiencia virtual completa e positiva. Sendo otimista, acredito que um futuro breve teremos muitos profissionais focados diretamente em experiencia de usuário (User Experience UX) buscando cada vez mais as melhores práticas e técnicas visando a experiencia de navegação perfeita.

5- Quais são os sites ou portais que você considera referência em usabilidade? Por quê?

Ainda não tenho portais que posso considerar totalmente referencia em usabilidade pois como ainda há muita coisa sendo aprendida, apreendida e implementada, muitas áreas de um mesmo site podem estar muito bem organizadas e outras não, no que tange a usabilidade.

6- Onde entra a experiência do usuário nessa área? E os testes de usabilidade?
A experiencia do usuário e seu comportamento são fundamentais para bons resultados. Os testes de usabilidade devem ser implementados durante várias etapas do projeto que vão desde composição de wireframe como testes pós implementação.

7- Além da usabilidade, quais os outros conceitos que, se colocados em prática, ajudam o usuário a chegar o mais próximo o possível da “experiência perfeita” na web?

Arquitetura de informação deve conter além de sérios estudos de usabilidade, taxonomia/folksonomia, semântica, analise heurística e o benchmark.

8- O que você acha que um portal multimidiático de uma faculdade de comunicação precisa ter?
Uma boa arquitetura de informação deixando todos os caminhos e saidas claras para qualquer tipo de internauta que ele venha a receber.
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