2 de out. de 2012

Chegamos nas pequenas agencias!


Então é oficial: os Arquitetos de Informação, Designers de experiência, Analistas de usabilidade, etc, entraram também nas pequenas agencias digitais.

Invadimos uma área habitada anteriormente por designers, programadores, atendimentos, planners e uma série de perfis consolidados no mercado. E nossa gloriosa tarefa é organizar, e muitas vezes acompanhar com micro-consultorias, várias destas áreas sem deixar qualquer má impressão ou desconfortos.

Tudo muito bom, porém tem um detalhe: eles já faziam muito bem seus trabalhos sem nossa presença e muitos deles sabem boas práticas do segmento, possuem anos de experiencia em seu oficio enquanto muitos de nós viemos de skills diferentes e mal completamos uma década nesta labuta. Claro que devemos considerar exceções.

Multifacetas da formação
Para exemplificar comigo mesma: enquanto publicitária e analista de sistemas por formação; estudante de usabilidade com ênfase na infância; estudiosa (leia-se nerd) de psicologia, might beanz, filosofia, história, culinária para dummies, sociologia e nerfs; cantora whatever; estagiaria de dona de casa – que sirva de exemplo meu estrambótico skill –  sou arquiteta de informação e desenhista de experiencias. É facilmente perceptível que construí de forma empírica o meu conhecimento sobre AI, UX e só depois começaram as especializações. E lá no início, por muito tempo fui considerada “aquela mala sem alça” que caiu de paraquedas na equipe.

Sinceramente sou bem humorada demais para me incomodar e hoje em dia, embora as equipes me respeitem como profissional, tendo meu espaço garantido no staff, incorporei a nova distinção ao me apresentar com toques de humor: “arquiteta e mala sem alça”, “designer de experiência e mala sem alça” e por ai vai. As pessoas sorriem e pronto, primeiro gelo quebrado! Sem contar que estes conhecimentos “aleatórios” no inicio geradores de certas desconfianças, hoje compõem minhas pesquisas e estudos de forma significativa e sistemática.

Mas o caminho que inicia no estranhamento, quando surgimos dentro das agencias, e vai até a total absorção da nossa modalidade profissional pede paciência,  pois o nosso desafio é, além de suprir as necessidades de UX e AI do projeto, criar estabilidade social dentro da equipe mostrando que chegamos para somar. E isto pode demorar um pouco, pois no caminho existem vários pequenos obstáculos a se ultrapassar.

Porque estes estranhos estão aqui?
Antes de qualquer coisa, quero deixar claro que isto não é uma constante em nossos ambientes e muito menos algum tipo de desabafo e sim o resultado de varias conversas com colegas de classe que me inspiraram a escrever estas mal-traçadas linhas digitais. Tem muita agencia que nos ama e nos quer! 

Mas para aqueles que estão iniciando em sua empresa, uma área que cuida de informação e experiencia, ou mesmo se você resolveu mudar de ares ou está entrando em uma agencia onde será o primeiro a levantar nossa bandeira, aqui vão algumas informações que será legal saber:

·      Se sua empresa abriu vaga para AI, UX ou se está sendo convidado a ser o primeiro profissional com este perfil, é sinal de que havia uma demanda reprimida e provavelmente as equipes estão envolvidas demais em suas especialidades e se tornou fundamental alguém que esteja exclusivamente trabalhando com a organização das informações e a experiência do usuário dentro do produto digital;

·       Embora usabilidade, arquitetura de informação e experiencia de usuários não sejam coisas que surgiram da noite para o dia como o Nissim Ourfali, estávamos um pouco restritos a grandes agências e grandes projetos. Hoje a experiência é fundamental – as agencias e seus clientes perceberam que quem gosta compartilha – e todos precisam ter um olhar exclusivo para garantir este diferencial decisor.

Desmistificando o mala
Somos frenéticos. Temos que ser. Definitivamente, a imagem do profissional sentado, recebendo jobs pela manhã e entregando no final da tarde não nos pertence, e por conta disto, estamos o tempo todo conversando com todas as áreas, quer seja acompanhando, desenhando ou testando.
Detemos muita informação de projeto e integramos algumas expertises, e por conta de todas essas “andanças” é que surgem as famosas má impressões e a consagração dos malas.

Não estou dizendo nos parágrafos acima que somos como já diria chefito, “monstros sagrados” do digital. Não caro leitor, NÃO somos monstros sagrados e sim adquirimos o fator “corre pela agência e fala com todos” por conta de estarmos constantemente em todas as pontas alinhando e aparando arestas informativas enquanto o projeto estiver em nossa bancada. Ah! E também não somos gerentes de projeto, pois nosso foco é informação e experiencia!

"Mas Iris, no meu trampo tem um cara que se acha só porque trabalha com UX!." Caro leitor, te garanto que esta não é uma característica de formação da classe e esta pessoa não exemplifica o artigo que estas lendo.

De qualquer forma, vamos pensar em coisas simples que podem mostrar de forma simpática o fator “agregador” de benefícios que vem no ato da adoção de um arquiteto ou experienciador para a equipe:

·         Sabemos que tudo o que é novo, e entra no processo dentro de um ambiente profissional, causa certa comoção. Isto acontece quer seja com o café que mudou ou com as novas diretrizes e não poderia ser diferente com um novo profissional que vem orientar a informação e definir a melhor experiencia para a navegação;

·         Todas as vezes que entramos em um projeto, desoneramos alguém de tarefas que poderiam estar atrapalhando a entrega final. Quer um exemplo? Olha que beleza para o diretor de arte se nós pensarmos juntos o modelo de experiencia ideal e suas interações. E melhor! Além de otimizar o tempo ele ainda recebe wireframes – se o projeto pedir – com toda a organização informativa;

·         Os projetos ficam mais fáceis de conduzir em todas as pontas quando alguém se ocupa em definir experiencias e informação e o resultado pode ser um produto muito mais contextualizado e com menos refações.

Viu só. Ainda que seja certa forma nova, a inserção de Ais, Uxs, etc é muito importante. É o inicio de uma nova etapa no modelo de negócios da empresa onde as premissas começam a se agregar à boa experiencia. Todos somam e podemos ajudar a deixar isto claro para todos.

Lembrando sempre que o processo de integração não é apenas conhecimento de área e sim a soma deste com doses de empatia, profissionalismo, determinação e paciência  E esta receita de "juntar" não está pronta, mas pode ser um bom começo! E você? O que tem a dizer? 

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15 de ago. de 2012

10 principios de UX do Google


Os 10 princípios, listados pelo pessoal da GoNow:
1. Foco nas pessoas: suas vidas, trabalhos, sonhos. De nada adianta a premissa “se você construir, eles [os usuários] virão”.
2. Cada milisegundo importa. “Somos tão preocupados com o tempo de nossos usuários, que cada busca feita no Google apresenta o tempo que o sistema levou para retornar o resultado”.
3. O simples é poderoso. “A simplicidade é complexa de ser definida. Pois agrega vários elementos: facilidade de uso, rapidez, acessibilidade, coisas desse tipo. Mas no Google a gente começa o design pelo fundamental, ou seja, pela funcionalidade mais importante do produto”.
4. Envolva os usuários “iniciantes” e atraia os usuários “experientes”.
5. Atreva-se a inovar. “O Google sempre incentiva o teste de novos layouts, desde que a gente atenda à demanda dos usuários”.
6. Design para o mundo. “Nossos pesquisadores trabalham para entender o contexto cultural de cada usuário para que a gente entregue o design certo para cada audiência, para cada tipo de cultura”.
7. Atenda às necessidades de hoje e de amanhã, não espere pela segunda versão do produto.
8. Agrade aos olhos sem distrair a mente. “O conteúdo reina. Toda importância vai para o conteúdo que o usuário está buscando, tudo o que está em volta são “distrações” para que o foco seja fundamentalmente o conteúdo”.
9. Seja digno da confiança das pessoas. “Temos que garantir que o produto cumpra as funções às quais ele se propõe”.
10. Adicione um toque “humano”: não trate as pessoas como se fossem máquinas e computadores. “As interfaces devem criar uma espécie de diálogo com os usuários. A comunicação tem que ser de pessoas para pessoas, precisa ser direta e informal”.
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29 de jun. de 2012

Social Media também é UX


Li este artigo e achei muito legal traduzir uns pedaços e compartilhar com vocês.
O termo "Guru das mídias sociais" tornou-se quase um palavrão dentro da comunidade web. Na verdade, apesar de a maioria de nós, UX designers,  sermos os primeiros a adotar redes sociais como o Facebook ou Twitter, consideramos  este meio de comunicação algo que deve ser de responsabilidade unica dos especialistas das midias sociais.

Porém, mídia social deve ser uma preocupação dos UX designers . Ela é uma parte integrante da experiência do usuário, e nós somos os designers dessa experiência.

A experiência do usuário não ocorrer dentro de um único canal (como um site ou página do Facebook). Os usuários se movem entre múltiplos canais e assim, todos  precisam ser concebidos para uma experiência de usuário consistente.

Atualmente, nosso pensamento sobre mídias sociais raramente vai além do "share this", o escondido botão na parte inferior de cada página.

Descrição: http://auslieferung.commindo-media-ressourcen.de/www/delivery/lg.php?bannerid=3452&campaignid=1018&zoneid=68&loc=1&referer=http%3A%2F%2Fwww.smashingmagazine.com%2F2012%2F06%2F04%2Fsocial-media-is-a-part-of-the-user-experience%2F&cb=57119bee94
Indo Além "Share this"
Recentemente estava criando um seguro de viagens e ao preencher o formulário on-line me deparei com um "share this" na parte inferior. Por que alguém iria partilhar um formulário de seguro de viagem?

Mesmo que o fizessem, qual dos seus amigos iria olhar esta tela e preencher o formulário?Provavelmente nenhum deles!
Será que alguém realmente compartilhar um formulário de seguro de viagem?

O problema aqui foi que o "share this" foi aplicado indiscriminadamente em todo o site, num formato de informação global. 

Não houve um penso estratégico para tornar esse “share this” algo relevante. Provavelmente devido a limitações técnicas, no entanto, só porque algo é mais fácil tecnicamente não é desculpa para comprometer a experiência dos usuários.

Comparei isso com um site ambiental que visitei. Ao ler artigo me deparei com o seguinte fato chocante:

"Apenas 1% dos 560 milhões de moradores da cidade vivem na China estão respirando ar que seria considerado seguro de acordo com orientações da UE."

Esta é uma informação que vale a pena compartilhar. E o fizeram! Bem próxima a esta citação havia a opção de compartilhar com amigos no Facebook.

Qual a experiencia para o usuário?
1.    Foi específico.
Em vez de um discreto "Compartilhar esta página", ele identificou o conteúdo que vale a pena compartilhar.
2.    Facilitou o compartilhamento.
Seguindo o mantra Steve Krug, de " Não me faça pensar ", ele disse ao usuário o que compartilhar e fez o processo fácil em um único botão.

Este é o nível de pensamento que todos nós devemos ter ao criar um "share this” nas páginas de um site. No entanto, não são apenas os “share this” que requerem atenção, mas também os nossos botões "Sigam-nos".

SIGA-NOS. Por que eu deveria segui-lo?
Estava querendo comprar uma Canon, mas ao chegar ao site, uma das primeiras coisas que vi foi um "siga-nos no Facebook". 

Às vezes os ícones de “siga-nos” podem ser uma distração para a principal tarefa do usuário.

Da minha perspectiva esta era uma distração. Eu tinha vindo para o site para comprar uma câmera, não para seguir o varejista no Facebook. 

Este "call to action” pode me distrair e me levar para longe do objetivo do site que é vender e ganhar dinheiro.

Mas enfim, completei minha compra e apareceu uma tela de agradecimentos, onde fui apresentado à opção  "continuar comprando". 

Porquê? Por que eu iria continuar a fazer compras? Eu tinha acabado de fazer compras, por que eu iria começar de novo?

Em vez de um link redundante, agora era a hora de pedir às pessoas para seguir a loja nas midias sociais. Eu tinha terminado meu objetivo e cumprido o objetivo principal do site. Agora era o momento perfeito para ir para uma nova chamada à ação.

O "ask" teria sido ainda mais poderoso, se eles me dessem uma razão para segui-los. Com tantas marcas, celebridades e outros, pedindo-me para segui-los, por que eu deveria seguir este site de comércio eletrônico? O que teria de relevante para mim?

Se em vez de simplesmente pedir-me para "segui-los", acrescentariam alguma coisa, tipo:
"Siga-nos no Facebook para conselhos úteis sobre como obter o máximo de sua câmera nova."
Talvez eu me convencesse a segui-los.

Indo Além compartilhar e seguir
Todas as grandes redes sociais estão constantemente se aperfeiçoando para tornar mais fácil a interação e o cross entre todas as outras plataformas da marca.

Twitter oferece uma variedade de maneiras de integrar estreitamente com o seu site. Um dos meus preferidos é o Hovercard Twitter.

Ferramentas como o Disqus não integra apenas com uma rede social, mas com muitos.

Com tantas ferramentas disponíveis para adicionar funcionalidade social, não temos nenhuma razão para não fazê-lo. No entanto, adicionar estas ferramentas básicas em nossos sites é só o começo. Acredito que o verdadeiro poder da mídia social está apenas começando a ser explorado.

Social By Design
No Facebook têm uma frase: "Social by design". Isso se refere ao seu compromisso de colocar o social no centro de tudo que fazem. Para eles, a rede não é apenas sobre o conteúdo gerado por usuários, mas sobre a interação entre eles.

Creio que este princípio se estende para além da rede social e pode ser aplicado a muitos outros sites também. 

Somos seres sociais, portanto, muito do nosso comportamento e tomada de decisão é ditada por outros. Isto é bem entendido nas mídias offline e é algo que precisamos levar a sério no online também.

Se estivermos considerando um carro para comprar, onde comer fora ou simplesmente uma escola, gostamos de ouvir dicas e opiniões  dos nossos amigos, certo?

On-line também somos criaturas sociais. Ao comprar na Amazon, valorizamos as opiniões de quem já comprou, muitas vezes mais do que as informações descritas do produto. Igualmente estamos mais propensos para opinar, quando vemos que muitos já o fizeram.

Quando se trata de compras, vamos colocar mais peso em opiniões de consumidores do que material de marketing.

Por exemplo, embora a Amazon permita ler as opiniões de outros compradores, seria ainda melhor se as opiniões de amigos de confiança (por exemplo, seus amigos do Facebook) fossem as primeiras a serem vistas na página. Uma opinião de um desconhecido é bom, mas um comentário de um amigo é muito melhor!

Lembram-se do site ambiental que mencionei anteriormente? Ele me permitiu compartilhar uma citação específica, no entanto eu seria ainda mais impulsionado a compartilhar o link, se abaixo do botão de compartilhamento mostrasse alguns dos meus amigos que já tivessem partilhado a citação. 

Eu confio no julgamento dos meus amigos. Se eles compartilharam, então deve realmente valer a pena compartilhar!

Se eu puder ver um dos meus amigos já twittou algo, eu sou mais propensos a fazer o mesmo a mim mesmo.

Alguns sites já estão começando a aproveitar as nossas redes de amizade. Um exemplo é a Etsy , uma empresa que vende produtos feitos à mão. 

Você pode fazer login no site pelo Facebook  e ele vai sugerir produtos adequados para os seus amigos com base em seus interesses. 

Embora as sugestões não sejam perfeitas, são muito mais eficientes do que sugestões genéricas de "presentes para ele" ou "presentes para ela".
Etsy usa Facebook para sugerir presentes para seus amigos.

E isto não precisa ser limitado a e-commerces. Um site tipo Globo.com poderia usar os tweets e comentários sobre um artigo como uma indicação de temas populares que poderiam ser abordados com mais profundidade. 

Você poderia até pedir diretamente que os usuários sugerissem idéias de produtos ou serviços novos que eles desejem. Tradicionalmente, este tipo de pesquisa de audiência e desenvolvimento de produtos tem sido um negócio caro, mas a mídia social oferece a possibilidade de obter este tipo de feedback  gratuitamente.

O problema com a super utilização das mídias sociais
Muitos de nossos sites são sociais por acaso, e não "estrategicamente" sociais. Uma nova midia surge e a gente integra e pronto. Nem consideramos o quadro maior.

O autor cita seu próprio site como exemplo. Como muitos, este site tem evoluído ao longo de vários anos e neste ínterim. foram adicionadas novas funcionalidades sociais.
·         Comentar sobre um post de blog.
·         Contribuir para uma discussão no fórum.
·         Juntar-se à página do Facebook.
·         Seguir no Twitter.
·         Comentar sobre as mensagens de áudio que lançamos.

Com tantas opções, ninguém podia acusa-lo de não ter um site social. O problema é que a conversa fica fragmentada e aquelas postagens no Twitter não contribuem com as que postaram no Facebook. Igualmente, os comentaristas do blog vão perder a discussão encontrada no fórum.

Isso é porque foram adicionadas novas midias, porem não integradas de forma pensada para criar uma comunicação ampla e consequentemente mais completa. 

Se o site fosse projetado com o social em mente desde o início seria assim o cenário:
  1. Quando criassem uma nova postagem no blog, poderia criar um tópico no fórum.
  2. Comentários postados no blog iriam aparecer no fórum e vice-versa.
  3.  Igualmente, quando o post fosse liberado, também pode ser enviado para o Twitter e Facebook. 
  4. Se alguém respondeu em qualquer uma dessas redes sociais, a resposta seria inserida nos comentários do site.
Embora não seja perfeito (por exemplo, usuários do Twitter ainda não veriam os comentários feitos por usuários do Facebook de forma orgânica), é um passo a frente. 

O papel do Site
Esse é o ponto: Seu site deve ser o centro de interação social, e não o cara sentado nas arquibancadas vendo tudo acontecer ao redor. 

Ele tem o potencial de reunir conversas através de múltiplas redes e permitir aos usuários interagir com os amigos, quer comprar uma câmera ou compartilhar uma citação inspiradora.

Meditemos pois. E se quiser ver o texto completo o link é: http://www.smashingmagazine.com/2012/06/04/social-media-is-a-part-of-the-user-experience/
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12 de jun. de 2012

Design de experiencia do cliente


“A experiência de uso de um produto começa antes mesmo do primeiro contato direto. Já existe uma carga de conhecimento prévio, oriunda de todo o histórico do usuário com experiências anteriores seja com produtos similares ou com as percepções de mundo de modo geral. Tal se confirma pelo fato de que formamos modelos mentais pela interpretação das ações percebidas e de sua estrutura visível.” (NORMAN, 2006)

Este paragrafo é rico em sabedoria “anti-refação”. 

Se compreendermos do fundo do nosso coração que a experiencia de uso do produto, falando especificamente de digital, começa lá antes do escopo, na conversa com o cliente e em tudo o que ele espera e precisa inserir dentro daquilo que está nos contratando para fazer, estamos meio caminho andado para o que realmente deve ser feito.

Antes de pensar só na experiência cognitiva do usuário utilizando o produto final e fazer disto o foco de nossas ações temos que ir além. Existe uma experiência cognitiva rolando por fora dessa linha de ação que é o entendimento dos envolvidos (aqueles caras que compram o projeto e os que desenvolvem) que precisa estar alinhado com as nossas pesquisas de experiência no site.


Experienciando meu cliente

Se pensávamos que o desafio do design de experiencia é entender como o usuário interage com as interfaces, precisamos mudar nossos conceitos. Pensando no dono, o nosso cliente, há também o desafio de entender como ele se relaciona com as etapas e entregáveis, para que haja uma interação genuína dele, nosso cliente, com as interfaces criadas para os usuários, clientes dele.

Confuso?

Quando o cliente nos contrata para desenhar o projeto, não tem certeza e nem idéias claras e eficientes daquilo que precisa. Ele tem um anseio, alguns exemplos de concorrentes, algumas conversas internas que determinaram a necessidade de nos procurar e sua única certeza é que vamos entendê-lo e traduzi-lo produzindo aquilo que precisa.

Seguindo nessa linha, temos um desafio bacana, que é talvez a grande sacada que poucos sacaram: experienciar meu cliente trazendo as percepções e sensações necessárias para que ele absorva o projeto da forma mais completa possível.

Porque colocar percepção e sensação nessa conversa toda, Iris?

Simples caro leitor: nossas interpretações são acionadas por nossos sentidos e percebidas pela nossa bagagem interior (memoria, cultura, etc) e isto vale para todo mundo. 

Mas antes de continuar nossa viagem ao mundo encantado da cabeça do cliente, vamos ser nerds e definir estes conceitos:

Sensação
Resultado da ação de estímulos externos sobre os nossos órgãos dos sentidos (visão, audição, paladar, olfato e tato) e podem ser externas que se relacionam a tudo o que é perceptível nos ambientes que vivemos; internas que se manifestam isoladamente em nosso corpo e orgãos (motoração, equilibrio e orgânicas) e sinestésicas quando há junção de vários sentidos para completar a sensação, como por exemplo uma maça vermelha intensa pode me trazer a sensação de doçura pois associei a cor (visual) com o gosto doce (paladar).

Percepção
Consiste na aquisição, interpretação, seleção e organização das informações obtidas pelos sentidos. Do ponto de vista psicológico ou cognitivo, a percepção envolve também os processos mentais, a memória e outros aspectos que podem influenciar na interpretação dos dados percebidos. Seguindo no exemplo da maçã doce. Isto pode ter acontecido pela percepção que tive quando era criança ao saborear uma maçã do amor.



Vamos falar de novo de experiência?

Experiência é um contato com os sentidos (aha! visão, audição, paladar, olfato e tato), com alguma coisa que gere informações cognitivas (que precisam ser apreendidas) e que neste processo são utilizadas a percepção, memória, imaginação e até a introspecção (que vai gerar a reflexão para o entendimento desta experiência).

Agora sim vamos desenhar a experiência... Do cliente.

Sabemos que:

  • ·         O cliente é movido por sentidos;
  • ·         O cliente tem histórico de vida que permite uma percepção muito particular do mundo e das coisas com que se relaciona;
  • ·         Ao contratar uma agência ele tem expectativas.

Por tudo isso, é natural que o processo de design de experiência vá além, ou melhor: chegue antes.
No design, pensando em todas as suas etapas, com um olhar holistico, onde a premissa é criar experiencia para a apreensão do conceito por todos os envolvidos, isto pode ser aplicado em materiais de entrega que sejam claros e falem a linguagem cognitiva do cliente.

Vamos ser bem práticos e objetivos: Se você não experienciar o teu cliente de forma que ele absorva as idéias não venha chorar quando ele pedir mil ajustes ou, no pior dos cenários, não aprovar o projeto, tá?! :P

E esta nova etapa é bastante simples e requer somente que usemos nossa expertise em outro foco. Não precisamos aplicar metodologias insandecidas e colocar o cliente em laboratórios e examina-lo com ciências médicas. Precisamos conhecer bem nosso negócio e lembrar sempre de duas premissas fundamentais para trazer o cliente para dentro do seu mundo do projeto:

  • ·         Observe e conheça  MUITO BEM seu cliente, o histórico da marca, o que o distingue dos outros modelos de negócios similares.

  • ·         Conheça também a equipe e aproveite as reuniões de entendimento do projeto para entrar no universo do cliente, captando nas conversas e observações um pouco de sua forma de percepção e cognição. Isto vai orientar você nos modelos de apresentação que poderá utilizar.
    Lembranado sempre que, se eu insistir em apresentar algo que está fora do escopo cognitivo dele, além de muito retrabalho pode gerar uma situação bastante delicada entre as partes, pois a experiencia pode gerar aspectos negativos e consequentemente, uma quebra de confiança entre as partes (eu vou achar o cliente burro e ele me achará incompetente).

No mais uma boa dose de empatia, interesse e vontade de entregar algo realmente valoroso são as medidas mais que exatas para a excelencia do projeto. 
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7 de mar. de 2012

O comportamento na era da informação



O comportamento na era da informação

Depois de calorosas conversas com colegas de profissão, onde o ponto crítico girava em torno de evolução dos produtos web e interações com mídias sociais, fiz uma pequena reflexão, pontuando as mudanças significativas que ocorreram neste processo.

Qual o tamanho dessa informação?

Nós que trabalhamos com o digital sabemos que o momento da informação é diferente e reflete em nosso comportamento, pois ainda estamos nos adaptando e aprendendo alimentar corretamente este novo “comunicar sem palavra falada”. Sabemos que esta informação expressa emoções, intenções e vontades por isto é um período de grandes mudanças que afetam cultura, sociedade, entretenimento e principalmente economia.

Falamos mais via web e as mídias sociais nos ajudaram a enxergar nossa voz de usuário participativa e muitas vezes decisória, ao mesmo tempo em que evidenciou (e para alguns obrigou) a necessidade de informação nos sites que oferecem produtos ou serviços.

Por exemplo, vou criar um e-commerce, meu foco é venda de produtos então crio um leque amplo de produtos e tenho que ser bastante abrangente nas informações dos produtos, quer sejam principais (diretas sobre o produto) e acessórias (dicas, sugestões, feedbacks, etc.).

Se não envolver o consumidor criando uma atmosfera de credibilidade e confiança não atinjo meu objetivo e isto acontece quando não deixamos margens para dúvidas e inseguranças. A empresa tem que estar lá visceralmente e esta presença deve transmitir credibilidade, eliminar dúvidas e evitar interpretações equivocadas.

Ah Iris, mas vamos fazer do site um livro de 800 paginas?

Não leitor aflito! Não falo em quantidade, mas em qualidade. Imagine hoje, pegando o gancho que o usuário produz informação que se espalha. Esta informação disseminada é de uma empresa que não se expressou corretamente (vendeu algo que não pode entregar, promete algo que não vai cumprir, deixou de falar algo importante ou falou tanto que nem foi lido), pode ser tão negativa que o prejuízo desta simples ação de um “carinha” qualquer não chegaria perto do valor de um investimento em organização desta informação toda.

E a coisa não para por ai. O número de pessoas conectadas cresce proporcionalmente a medida que novos aparelhos com acesso a internet são disponibilizados (smartphones, tablets, etc), aumentando a necessidade vários formatos de visualização desta informação toda. E isto muda o ambiente e tratamento. Sim senhores responsáveis por organizar estas informações todas, somos obrigados a sair da nossa zona de conforto das diretivas já conhecidas da profissão e olhar além, prevendo e comportando estes novos formatos de conteúdo.

Você consegue perceber que não falamos deste volume de dados em mensuráveis em caracteres, mas em qualificação e racionalização dessas informações que podem resultar em retirar informações desnecessárias ou inserir complementares?

O comportamento do projeto

Relembrando o básico: quando uma pessoa entra no ambiente internet, quer encontrar, entender e gostar daquilo que esta vendo ou mesmo buscando. Nosso objetivo enquanto profissional da área é encontrar a forma mais simples para isto acontecer.

Ao contrário de alguns anos atrás, existem ferramentas e softwares que ajudam a trazer esta simplicidade e encontrabilidade para dentro do projeto e para isto é necessário sinergia. A convergência de tecnologias não é mais uma “frase de impacto” para “causar” impressões positivas em quem a lê ou escuta, mas uma necessidade para absorver e fidelizar os consumidores de web. Para nós que lidamos com informação, essa troca é fundamental para a gerência e desenvolvimento de produtos eficientes.

Não temos necessidades de ter formações em psicologia, antropologia, e outras porem a multidisciplinaridade é fundamental. Calma... Você não precisa sair fazendo desde Planejamento até SEO, mas é importante que saiba o que significa e o impacto da área no projeto. Além de melhorar a conversa entre colegas vai despertar o olhar amplo (que é muito superestimado atualmente entre os clientes e empregadores). Entenda o mercado, tendências, perfil de cada público e tudo que nos trouxer informações fiéis sobre o comportamento dos consumidores virtuais e sobreviverá com louvores a essa empreitada de criar uma solução web de sucesso.

Tá... Mas e ai?

Você falou da informação que mudou, da exigência do consumidor e disse também que se ele não gostar do site vai sair falando mal por ai e o pior...tem gente que vai acreditar.

Ah! Falou também que os caras que vão fazer o site tem que pensar numa vibe “para o infinito e além” do Buzz Lightyear (To Infinity and Beyond) e conversar com várias áreas para achar a melhor forma da empresa aparecer bem aos olhos do cliente e comprar o produto. Sem esquecer que está todo mundo acessando o site em vários aparelhos e a informação tem que sair legal em todos eles.

Agora me diga como eu faço para falar com o consumidor e sair bem na conversa. Tem como?! Quem é esse cidadão que vai conhecer e espalhar na web?!

Olha leitor carente de atenção... O sucesso depende dos fatores que citou acima e também de entender seu publico. Abaixo alguns lembretes importantes na hora de comunicar dentro da web:

A acessibilidade virtual é uma realidade e hoje, pessoas de qualquer nível de conhecimento em internet podem acessa-la através de computadores, celulares, notebooks ou outros devices e por isto o conteúdo deve estar disposto claramente seja qual for o aparelho que irá acessá-lo.

Consumidor produz conteúdo e este deve ser considerado e estudado, pois pode transmitir informações importantes sobre produto e sobre a organização da informação que se referiu.

Cross Media harmônica para os meios de comunicação funcionarem de forma eficiente nesta era de informação é importante que haja uma troca entre eles.

Resumindo a ópera as mudanças são significativas, porém a regência da comunicação continua intocável:

Ainda temos um emissor (o site da empresa), que envia a mensagem por um canal (internet) sem ruídos (Banda larga? Não! Sem ruídos que atrapalhem a mensagem e não seu carregamento).

O usuário (receptor) que precisa encontrar a informação entra no site, recebe e decodifica a mensagem e depois feliz por ter entendido, envia seu feedback pelo canal (compra, entende, responde ou seja qual for a ação que seu produto web queira que ele tenha) que será absorvido pela empresa.

Uma boa dose de conhecimento prático, boas metas e olhares para estes pontos citados podem render um bom caldo. Não é?
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De onde veem as boas ideias? TED Steve Jonhson


Isso aqui é para levar junto o resto da vida! Por isso tô postando aqui. Se a internet sobreviver, eu e você também, já teremos material para ideias mirabolantes :)

Heis o vídeo
http://www.ted.com/talks/view/lang/pt-br//id/961



Heis a transcrição (tá super google translator mas dá para entender a mensagem)


Há poucos minutos, eu tirei esta foto a cerca de 10 quarteirões daqui. Este é o Grande Café aqui em Oxford. Eu tirei esta foto porque esta acontece de ser o primeiro café aberto na Inglaterra em 1650. É a sua grande reivindicação para a fama. E eu queria mostrá-lo a vocês não porque eu queira lhes dar o tipo de passeio turístico da Starbucks na histórica Inglaterra, mas principalmente porque os cafés ingleses foram decisivos para o desenvolvimento e propagação de um dos maiores florescimentos intelectuais dos últimos 500 anos, o que chamamos agora de Iluminismo.

E o café representou um grande papel no nascimento do Iluminismo, em parte por causa do que as pessoas estavam bebendo lá. Porque, antes da propagação do café e do chá através da cultura Britânica, o que as pessoas bebiam -- tanto a elite quanto as massas populares bebiam - dia sim e outro também, do amanhecer ao cair da noite era álcool. Álcool era a bebida diurna preferida. Vocês beberiam um pouco de cerveja com a refeição da manhã, um pouco de vinho no almoço. um pouco de gin -- principalmente por volta de 1650 -- e arrematar com um pouco de cerveja e vinho no final do dia. Esta era a opção saudável, certo, porque a água não era segura para beber. E então, efetivamente, até o surgimento dos cafés, havia uma população inteira que estava efetivamente bêbada o dia todo. E vocês podem imaginar o que aquilo poderia ser, certo, em suas próprias vidas - e eu sei que isto é verdade para alguns de vocês -- se vocês estivessem bebendo todo o dia e então trocassem de um depressor para um estimulante nas suas vidas, vocês teriam idéias melhores. Vocês estariam mais vivos e alertas. E então não foi um acidente que um grande florescimento de inovação acontecesse. quando a Inglaterra trocou para o chá e o café.

Mas a outra coisa que tornou os cafés importantes, foi a arquitetura do espaço. Era um espaço onde as pessoas se encontravam de diferentes camadas sociais, diferentes campos de conhecimento e compartilhavam. Era um espaço, como Matt Ridley falou a respeito, onde as idéias poderiam fazer sexo. Este era o seu leito conjugal, num certo sentido. As idéias se encontravam lá. E um surpreendente número de inovações daquele período têm um café em algum momento da sua história.

Eu tenho passado muito tempo pensando a respeito dos cafés nos últimos cinco anos, porque eu tenho estado num tipo de busca para investigar este assunto de onde vêm as boas idéias. Quais são os ambientes que conduzem a níveis incomuns de inovação, níveis incomuns de criatividade? Qual é o tipo de ambiente -- qual é o espaço da criatividade? E o que eu fiz foi Eu estudei tanto ambientes como os cafés. Eu estudei ambientes de comunicação, como a rede mundial de internet, que têm sido extraordinariamente inovadores. Eu me voltei a história das primeiras cidades, eu fui aos ambientes biológicos, como os recifes de corais e as florestas tropicais, que envolvem níveis incomuns de inovações biológicas, e o que eu tenho procurado são padrões compartilhados, um tipo de comportamento comum que se mostre repetidamente em todos estes ambientes. Existem padrões recorrentes dos quais nós podemos aprender, que podemos tomar e de certa forma aplicar em nossas próprias vidas, em nossas próprias organizações, em nosso próprio ambiente para torná-lo mais criativo e inovador? E eu penso que eu encontrei alguns.

Mas o que vocês têm que fazer para dar sentido a isto e para verdadeiramente entender estes princícios é vocês têm que jogar fora muito da maneira como metáforas convencionais e a linguagem nos conduzem em direção certos conceitos de criação de idéias. Nós temos este rico vocabulário para descrever momentos de inspiração. Nós temos o tipo de relâmpago de compreensão o golpe da compreensão, nós temos epifanias, nós temos momentos de inspiração, nós temos momentos em que a luz acende, certo? E todos estes conceitos, como um tipo retóricamente florido como eles são, compartilham a presunção básica de que uma idéia é uma coisa simples, é uma coisa que acontece frequentemente em um momento magnífico de iluminação.

Mas de fato, o que eu vou argumentar, e o que vocês realmente precisam para começar, é esta idéia que uma idéia é uma rede no nível mais elemental. Eu quero dizer, isto é o que está acontecendo dentro do seu cérebro. Uma idéia, uma nova idéia, é uma nova rede de neurônios estabelecendo uma sincronia um com o outro dentro do seu cérebro. É uma nova configuração que nunca se formou antes E a pergunta é: como vocês colocam o seu cérebro dentro de ambientes onde estas novas conexões sejam mais propícias a acontecer? E acontece que, de fato, o tipo de padrão de conecção do mundo exterior imita muito os padrões de conecção do mundo interno do cérebro humano.

Então a metáfora que eu gostaria de usar eu posso tomar de uma história de uma grande idéia que é relativamente recente -- bem mais recente do que os anos de 1650. Um cara magnífico chamado Timothy Prestero, que tinha uma companhia chamada... uma organização chamada Design That Matters. Ele decidiu combater este probelma urgente vocês sabem, o terrível problema que temos com as taxas de mortalidade infantil no mundo em desenvolvimento. Uma das coisas que é muito frustrante sobre isto é que nós sabemos levando incubadoras neonatais modernas em qualquer contexto, se nós mantermos bebes prematuros aquecidos, basicamente -- isto é muito simples -- nós podemos reduzir a metade as taxas de mortalidade naqueles ambientes. Então, a tecnologia já existe. Estes são padrões em todo o mundo industrializado. O problema é, se você compra uma incubadora de 40 mil dólares, e a despacha para uma cidade média na África ela vai trabalhar muito bem por um ano ou dois, então alguma coisa dará errado e ela vai quebrar, e vai permanecer quebrada para sempre, porque não existe um sistema completo de peças sobresalentes, e não tem alguém local com conhecimento técnico para consertar esta peça de um equipamento de 40 mil dólares. Então você acaba tendo este tipo de problema, onde você gastou todo este dinheito conseguindo ajuda e todo este equipamento eletrônico avançado para estes países, e então ele acaba sem proveito.

Então o que Prestero e sua equipe decidiram fazer foi olhar ao redor e ver quais são os recursos abundantes no contexto destes países em desenvolvimento? E o que lhes perceberam era que eles não têm muitos aparelhos eletrônicos, eles não têm muitos microondas, mas eles fazem um excelente trabalho ao manter seus carros rodando. Há uma Toyota Forerunner nas ruas de todos estes países. Else parecem ter o conhecimento para manter os carros funcionando. Entáo eles começaram a pensar, "Nós poderiamos construir uma incubadora neonatal que fosse construída totalmente com peças de automóveis?" E foi o que eles acabaram fazendo. Ele é chamado de dispositivo neoalimentador. Pelo lado de fora, parece uma pequena coisa normal que você encontraria em um hospital moderno no ocidente. No interior, é todo de partes de carros. Tem um ventilador, tem farois dianteiros para aquecimento, tem campainhas como alarme, Funciona com uma bateria de carro. E tudo que se precisa são das partes sobresalentes do Toyota e da abilidade para consertar um farol, e você pode consertar esta coisa. Agora, isto foi uma grande idéia, mas o que eu gostaria de dizer é que, de fato esta é uma grande metáfora da maneira como as idéias acontecem. Nós gostamos de pensar que nossas idéias revolucionárias, vocês sabem, são como aquela nova incubadora de 40 mil dólares, a mais avançada tecnologia,. mas com mais frequência do que nunca, elas são remendadas juntas com quaisquer outras que aconteçam estar por perto.

Nós pegamos idéias de outras pessoas, de pessoas com as quais temos aprendido, de pessoas que encontramos no café, e nós as costuramos juntas em novas formas, e nós criamos alguma coisa nova. Isto é realmente onde as inovações acontecem. E isto singifica que nos temos que mudar alguns dos nossos modelos do que realmente é inovação e pensamento profundo, certo. Eu quero dizer, isto é uma visão da coisa. Outra é Newton e a maçã, quando Newton estava em Cambridge. Esta é uma estatua de Oxford. Vocês sabem, você está lá sentado em profundos pensamentos e a maçã cai da árvore, e aí vem a teoria da gravidade. Na verdade, os espaços que historicamente conduziram à inovações tendem a parecer como isto, certo. Esta é uma famosa pintura de Hogarth de um tipo de de jantar político, em uma taverna, mas isto é o que as cafeterias eram naquele tempo. Este é o tipo de ambiente caótico onde as idéias eram suscetíveis de se juntarem, onde as pessoas eram suscetíveis de terem encontros novos, interessantes, imprevisíveis -- pessoas com experiências diferentes. Então, se nós estamos tentando construir organizações que sejam mais inovadoras nós temos que construir espaços que, estranhamente, pareçam um pouco com isso. Assim deveria ser o seu escritório, é parte da minha mensagem aqui.

E um dos problemas com isto é que as pessoas são na verdade -- quando você pesquisa este campo -- as pessoas são notoriamente pouco confiáveis, quando elas, de fato, fazem uma auto avaliação sobre onde elas tiveram suas boas idéias, ou da história das suas melhores idéias. E alguns anos atrás, um notável pesquisador chamado Kevin Dunbar decidiu sair em busca e basicamente fez a abordagem Big Brother para descobrir de onde as boas idéias vêm. Ele foi a um monte de laborátorios científicos por todo o mundo e gravou em vídeo cada pessoa à medida que elas executavam cada parte do seu trabalho. Então quando elas sentavam em frente a um microscópio quando elas conversavam com seus colegas perto do bebedouro, e todas estas coisas. E ele gravou todas estas conversas e tentou descobrir onde as idéias mais importantes, onde elas aconteciam. E quando nós pensamos sobre a clássica imagem do cientísta no laboratório, nós temos esta imagem -- vocês sabem, eles estão inclinados sobre o microscópio, e eles vêem alguma coisa na lâmina de amostra. E "oh, eureka" eles tiveram a idéia.

O que aconteceu na realidade quando Dunbar olhou para as gravações é que, na verdade, quase todas as idéias mais inovadoras não aconteceram sozinhas no laboratório, na frente de um microscópio. Elas aconteceram na mesa de conferência no encontro semanal do laboratório, quando todo mundo se junta e compartilha seus mais recentes dados e descobrimentos, na maioria das vezes quando as pessoas compartilham os erros que elas cometeram o erro, o barulho no sinal que elas estavam descobrindo. E alguma coisa sobre aquele ambiente =- e eu o tenho chamado de "rede de líquidos" onde você tem montes de diferentes idéias que estão juntas, diferentes níveis, diferentes interesses empurrando umas as outras, saltando umas sobre as outras -- aquele ambiente é de fato o ambiente que conduz a inovações.

O outro problema que as pessoas têm é que elas gostam de condensar suas histórias de inovação para tipo de curtos espaços de tempo. Então elas querem contar a história do momento de "inspiração". Elas querem dizer, "Lá estava eu, parado e eu a tive subitamente com toda clareza na minha cabeça". Mas de fato, se você voltar o tempo e olhar o registro histórico acontece que muitas idéias importantes tem períodos longos de incubação. Eu chamo isso de a "vagarosa intuição". Nós ouvimos muito recentemente sobre intuição e instinto e repentinos momentos de clareza mas, na realidade, muitas das grandes idéias demoram mutias vezes por décadas no fundo da mente das pessoas. Elas tem um pressentimento de que há um problema interessante, mas elas não têm ainda as ferramentas para descobrí-lo. Elas passam todo o tempo trabalhando em certos problemas mas há uma outra coisa latente lá em que elas estão interessadas mas ainda não podem resolver.

Darwin é um grande exemplo disso. Darwin mesmo, em sua autobiografia, conta a história do surgimento da idéia para a seleção natural como o clássico momento de inspiração. Ele está em seu escritório, é outubro de 1838 e ele está lendo Malthus, sobre a população. E, de repente, o algoritmo básico da seleção natural meio que surge dentro de sua cabeça, e ele diz, "Ah até que enfim, eu tinha uma teoria com a qual trabalhar." É como está na sua autobiografia. Cerca de uma ou duas decadas atrás, um catedrático maravilhoso chamado Howard Gruber voltou e olhou os cadernos de Darwin deste período. E Darwin mantinha estes cadernos de anotações volumosos onde ele escrevia qualquer pequena idéia que ele tinha, qualquer pequena intuição. E o que Gruber encontrou foi que Darwin já tinha a teoria da seleção natural completa por meses e meses e meses antes que tivesse sua alegada epifania lendo Malthus em outubro de 1838. Há passagens onde se pode ler e você pensa que está lendo de um texto de Darwin, do período anterior a que ele teve a sua compreensão do assunto. E então o que você entende é que Darwin, num certo sentido, teve a idéia, ele teve o conceito, mas era incapaz de pensar plenamente nele. E isto é na verdade como as grandes idéias muitas vezes acontecem, elas elas vão ganhando nitidez ao longo de um grande período de tempo.

Agora o desafio para todos nós é como você cria ambientes que permitam que estas idéias tenham este tipo de meia vida longa, certo? É difícil ir até o seu chefe e dizer "Eu tenho uma excelente idéia para a nossa organização ela será útil em 2020. Você poderia me dar um tempo para concretizá-la?" Agora algumas companias, como a Google, têm licensa de inovação, 20 por cento do tempo, onde, de alguma forma, estes são mecanismos de cultivo de intuições em uma organização. Mas isto é uma coisa fundamental. E outra a coisa é permitir que essas intuições se conectem com as intuições de outras pessoas, o que muitas vezes acontece. Você tem medade de uma ideía, outra pessoa tem a outra metade, e se você estiver no ambiente certo, elas se transformam em alguma coisa maior do que a soma das suas partes. Então num sentido, nós frequentemente falamos sobre o valor da proteção da propriedade intelectual, vocês sabem, construindo barreiras, tendo laboratórios de Pesquisa e Desenvolvimento secretos, patenteando tudo o que temos, de forma tal que aquelas idéias permaneçam valiosas e as pessoas sejam incentivadas a virem com mais idéias, e a cultura será mais inovadora. Mas eu acho que há um argumento, de que nos deveríamos dispor pelo menos de tanto tempo, se não mais valorizando a premisa de conexão de idéias e não apenas protegendo-as.

E eu vou deixá-los com esta história que eu penso, engloba muito desses valores, e é uma maravilhosa fábula de inovação, e como ela acontece de maneiras improváveis. É outubro de 1957 e o Sputnik acabou de ser lançado, e nós estamos em Laurel, Maryland, no laboratório de física aplicada APL associado a Universidade de John Hopkins. É segunda-feira de manhã, e as notícias começam a surgir sobre este satélite que agora está orbitando o planeta. E sem dúvida, isto é um paraíso para os nerds, certo? Há todos estes físicos desajeitados que estão lá pensando, "Oh meu Deus! Isto é incrível. Eu não posso acreditar que está acontecendo" E dois deles, dois pesquisadores de 20 e poucos anos no APL estão lá na mesa do refeitório tendo uma conversa informal com um grupo de colegas. E estes dois caras são chamados Guier e Weiffenbach. E eles começam a falar e um deles diz, "Ei, alguém tentou ouvir esta coisa? Há isto, vocês sabem, um satelite artificial lá no espaço sideral que obviamente está transmitindo algum tipo de sinal. Nós provavelmente poderíamos ouví-lo se sintonizássemos". E então eles perguntaram para alguns dos seus colegas, e todos disseram. "Não, eu não tinha pensado nisso. É uma idéia interessante".

E acontece que nosso Weiffenbach era um tipo de perito em recepção de microondas, e ele tinha uma pequena antena com um amplificador no seu escritório. E Guier e Weiffenbach voltaram ao escritório de Weiffenbach e eles começaram a mexer com isso -- tentando burlar o sistema de segurança. E depois de umas duas horas, eles começaram a captar o sinal, porque os soviéticos fizeram o Sputnik muito fácil de rastrear. Eram exatamente 20 MegaHertz, então você podia captá-lo facilmente, porque eles tinham receio que as pessoas pudessem pensar que fosse uma farsa. Então eles o fizeram para ser facilmente encontrado.

Então estes dois caras estão sentados lá ouvindo o sinal, e as pessoas começam a entrar no escritório e dizerem, "Uau, isto é muito legal... Posso Ouvir? Uau, isto é fantástico"". E logo depois eles pensam, "Bem, incrível, isto é histórico. Nós podemos ser as primeiras pessoas nos Estados Unidos a estar ouvindo isto. Nós deveríamos gravar." E então eles trouxeram este gravador analógico grande e desajeitado e começaram a gravar estes pequenos sons eletrônicos. E começaram a escrever um tipo de carimbo de data, carimbo de tempo para cada pequeno som que eles gravavam. E eles começaram a pensar, "Bem, você sabe, nós estamos notando uma pequena variação de frequência aqui. Nós poderiamos provavelmente calcular a velocidade que o satélite está viajando, se nós aplicarmos um pouco de matemática básica aqui usando o efeito Doppler". E então eles brincaram um pouco mais com aquilo e falaram com dois colegas que tinham outros tipos de especialidades. E eles disseram, "Olha, vocês sabem, nós pensamos que poderíamos na verdade dar uma olhada na inclinação do efeito Doppler para entender os pontos nos quais o satélite está mais próximo das nossas antenas e nos pontos em que está mais distante. Isto é muito legal".

E finalmente, eles conseguiram permissão -- isso tudo é um pequeno projeto lateral que não era oficialmente parte do seu trabalho oficialmente. Eles conseguiram permissão para o novo computador UNIVAC que ocupa uma sala inteira, e que eles tinham acabado de conseguir para o APL. Eles analisaram mais alguns números e no final de umas três ou quatro semanas, aconteceu que eles tinham mapeado a trajetória exata deste satélite ao redor da Terra, somente ouvindo este pequeno sinal, saído desta pequena intuição que os tinha inspirado no almoço, uma manhã.

Duas semanas mais tarde, o chefe deles, Frank McClure, os levou para uma sala e disse, "Ei, vocês, eu tenho que lhes perguntar uma coisa sobre aquele projeto que vocês estão trabalhando. Vocês descobriram uma localização desconhecida de um satélite orbitando o planeta a partir de uma localização conhecida no sólo. Vocês poderiam ir no sentido contrário? Vocês poderiam descobrir uma localização desconhecida no sólo se vocês soubessem a localização do satélite?". E eles pensaram a respeito e disseram, "Bem, eu suponho que você poderia. Deixe-nos analisar os números aqui" Então eles saíram e pensaram a respeito. E eles voltaram e disseram. "Na verdade vai ser mais fácil". E ele disse, "Oh isto é ótimo. Porque, vejam só, eu tenho estes novos submarinos nucleares que eu estou construindo. E é realmente difícil descobrir como calcular que o seu míssil aterisse direto em cima de Moscou, se você não sabe onde o submarino está no meio do oceano Pacífico Então nós estamos pensando, nós poderiamos lançar um punhado de satélites e usá-los para rastrear os submarinos e descobrir sua localização no meio do oceano. Vocês poderiam trabalhar neste problema?".

E foi como o GPS nasceu. 30 anos depois. Ronald Reagan na verdade liberou o GPS e tornou-o uma plataforma aberta onde qualquer um pudesse construir em cima e qualquer um pudesse vir e construir novas tecnologias que criassem e inovassem em cima desta plataforma aberta, deixando-a aberta para qualquer um fazer qualquer coisa que quisesse com ela. E agora, eu garanto para vocês certamente, metade desta sala, se não mais, tem um aparelho agora no seu bolso que está se comunicando com um desses satélites no espaço exterior. E eu aposto que cada um de vocês, se não mais, tem usando este dispositivo e sua comunicação com o sistema de satélites para localizar o café mais próximo em algum momento no último -- (Risadas) no último dia ou última semana, certo?

(Aplausos)

E isso, penso eu, é um grande caso para estudo, uma grande lição, no poder, o maravilhoso, não planejado emergente, imprevisível poder da abertura de sistemas inovadores. Quando você os constroi certo, eles conduzirão plenamente a novas direções que os criadores nunca haviam sonhado. Quer dizer, aqui vocês tem estes caras que basicamente pensavam que estavam seguindo sua intuição, esta pequena paixão que tinha se desenvolvido, então eles pensaram que estavam lutando a Guerra Fria e então aconteceu que eles estavam apenas ajudando alguém a achar um café de soja.

Risadas

É assim que as inovações acontecem. A sorte favorece as mentes conectadas.

Muito obrigado a todos.

(Aplausos)
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